Algures entre o branco
O escritor inventa uma casa
uma mulher desenvolta
mas também os cheiros
os pequenos ruídos da madeira.
a solidão aperta essa mulher,
rasga-lhe gestos incompletos. no
café, aquela música que não queria
ouvir soa de forma límpida
remexendo-lhe o passado.
sai para a rua revoltada: «como
é que isto ainda dói
desta forma?» dir-se-ia
que chora. e é neste momento
que o escritor se emociona,
esquecendo por momentos que
se trata apenas de uma história
em que ele também é
personagem. sorri do seu
devaneio mas deixa-se ficar
no branco quando a mão
que segura a caneta, subitamente,
o deixa de fazer.
Rui Tinoco (Porto. Portugal)
Psicólogo, vive no Porto. Tem publicados dois libros de poesia: O Segundo Aceno (Edições em Pé, 2011) e Era Uma Vez o Branco (Volta d'Mar Edições, 2013). Participou em diversas revistas literárias. Mantém o blogue Ladrão de Torradas: http://ladraodetorradas.wordpress.com/
(Públicado em Elipse núm. 3)
Psicólogo, vive no Porto. Tem publicados dois libros de poesia: O Segundo Aceno (Edições em Pé, 2011) e Era Uma Vez o Branco (Volta d'Mar Edições, 2013). Participou em diversas revistas literárias. Mantém o blogue Ladrão de Torradas: http://ladraodetorradas.wordpress.com/
(Públicado em Elipse núm. 3)
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