sábado, 28 de fevereiro de 2015

As agruras do mundo editorial

As Agruras do Mundo Editorial


entre o terceiro e o quarto
capítulo: a oportunidade
para a personagem se tornar
real. quero dizer: para se erguer
das linhas, adquirir olhos e mãos
humanos – que não
apenas ortográficos – e me
beijar. surpresa pelo artificio
literário mas sobretudo
deleite e plenitude pelo
facto do autor e a sua
criação alcançarem
finalmente a vida – longe
das agruras do mundo
editorial.

(Publicado em Elipse n.º 2, fevereiro de 2014)


Rui Tinoco (Porto. Portugal)
Psicólogo, vive no Porto. Tem publicados dois livros de poesia: O Segundo Aceno (Edições em Pé, 2011) e Era Uma Vez o Branco (Volta d'Mar Edições, 2013). Participou em diversas revistas literárias. Mantém o blogue Ladrão de Torradas:
http://ladraodetorradas.wordpress.com/

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Elipse n.º5 em papel

Já chegou da imprensa Elipse número 5, para @s que gostais do papel!!
Neste número sai  Rui Tinoco (Portugal), Maridocane (Moçambique), Augusto Fontám (Galiza), Iria Beltrán (Galiza), Filipe Marinho (Portugal), María do Cebreiro (Galiza), Manuel Blanco (Galiza), David Augusto (Moçambique), Maria Dovigo (Portugal), Samuel da Costa (Brasil), Xorxe Bravo (Galiza), Marília Miranda (Portugal), Carlos Da Aira (Galiza), Ro Palomera (Galiza), Jose Luiz Grando (Brasil), Virgílio Liquito (Portugal), Henrique Dacosta (Galiza), Eva Yusty (Galiza), Francisco Pazos (Galiza), Vicente Castaño (Galiza), Elia Lopes (Galiza) e Alfonso Díaz (Galiza).

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ELIPSE n.º5, a saga continua!


Elipse continua o seu crescimento literário. Cada vez somos mais, e agora, ademais da Galiza, Portugal e Brasil contamos com Moçambique. A lusofonia medra, como um mar de poetas e artistas. Medre!!.



segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Pero que eu mui long'estou

Pero que eu mui long'estou


B 515, V 98
LP 25, 73

Pero que eu mui long'estou
da mia senhor e do seu ben,
nunca me Deus dé o seu ben,
pero méu [de]la long'eestou,
 se non é o coraçon meu
 mais preto del que o seu.

E pero long'estou d'ali
d'u agora é mia senhor,
non aja ben da mia senhor,
pero m'eu long'estou d'ali,
 se non é o coraçon meu
 mais preto del que o seu.

E pero longe do logar
estou [u], que non poss'al fazer
Deus non mi dé o seu ben fazer,
pero long'estou do logar
 se non é o coraçon meu
 mais preto del que o seu.

C'a vezes ten en al o seu,
e sempre sigo ten o meu.

(Publicado em Elipse n.º1)

Dinis de Portugal (1261-1325).
D. Dinis, primeiro do seu nome, rei de Portugal e dos Algarves. Conhecido como o Lavrador e o Rei-Trovador
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